sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

MOMENTO DE REFLEXÃO.

Me mandaram no email esta reflexão, achei interessante.

ANTES DE SER POLICIAL CIVIL, EU FUI GUARDA CIVIL METROPOLITANO;


ANTES DE SER GUARDA CIVIL, EU FUI CARTEIRO;

ANTES DE SER CARTEIRO, FUI BOMBEIRO;

ANTES DE SER BOMBEIRO, FUI COBRADOR DE ÔNIBUS;

ANTES DE SER COBRADOR DE ÔNIBUS, FUI FUZILEIRO NAVAL;

E ANTES DE SER FUZILEIRO, FUI PALHAÇO DE CIRCO.

PARALELAMENTE A ESTAS PROFISSÕES, SOU DESENHISTA DE QUADRINHOS E PROGRAMADOR DE JOGOS PARA WEB, ALÉM DE LECIONAR HISTÓRIA QUANDO ESTAVA NA UFRN.

Como desenhista de quadrinhos, ouço de alguns, SEMPRE, que sou um desocupado.

Como programador de jogos, ouço de alguns, SEMPRE, que sou um nerd idiota.

Como palhaço de circo, ouço de alguns, ATÉ HOJE, que aquilo é vida de vagabundo.

Como fuzileiro naval, ouvi de muitos, que fui um BONECO DO ESTADO.

Como cobrador de ônibus, ouvi de muitos, que eu era um ladrão, por não ter, às vezes, moedas de R$ 0,01 e R$ 0,05, para dar de troco.

Como carteiro, guardo cicatrizes, para o resto de meus dias, de mordidas de cães e de acidentes de trabalho, como atropelamentos, causados pelos “ZECAS” da vida, além de ouvir DE TODAS AS MÃES COM AS QUAIS ME DEPARAVA, que eu era “O HOMEM DO SACO” que iria raptar as criancinhas.

Como bombeiro, NUNCA recebi um “obrigado”, ao retirar um gatinho de uma árvore, nem por mergulhar num esgoto, para salvar uma pessoa que foi levada por uma enxurrada. Tive que aprender a me ACOSTUMAR com isso, além de começar a compreender como a linha da vida é tênue e a matéria se desfaz por besteira.

Como GUARDA CIVIL, enfrentei O MAIOR CHOQUE CULTURAL DE MINHA VIDA, ao ter de argumentar com todo tipo de pessoas, do mendigo ao magistrado, entrar em todo tipo de ambiente, do meretrício ao monastério.

Como GUARDA CIVIL, fui PARTEIRO, quando não dava tempo de levar as grávidas ao hospital, na madrugada;

Como GUARDA CIVIL, fui psicólogo, quando um colega discutia com a esposa, diante da incompreensão dela, às vezes, com a profissão do marido;

Como GUARDA CIVIL, fui assistente social, quando tinha de confortar A MÃE DE ALGUMA VÍTIMA assassinada por não possuir algo de valor que o assaltante pudesse levar;

Como GUARDA CIVIL, fui borracheiro e mecânico, ao socorrer idosos e deficientes com pneus furados;

Como GUARDA CIVIL, fui pedreiro, ao participar de mutirões para reconstruir casas destruídas por enchentes;

Como GUARDA CIVIL, fui paramédico fracassado, AO VER UM COLEGA IR A ÓBITO A BORDO DA VIATURA;

Como GUARDA CIVIL, fui paramédico realizado, ao retirar uma espinha de peixe da garganta de uma criança;

Como GUARDA CIVIL, fui apedrejado por estudantes da mesma escola na qual estudei E FUI PROFESSOR, por pessoas do mesmo grêmio do qual participei;

Como GUARDA CIVIL, sobrevivi a cinco graves acidentes com viaturas, nunca a menos de 120km/h, na ânsia de chegar rápido àquela residência onde a moça estava sendo estuprada ou na qual um idoso estava sendo espancado;

Como GUARDA CIVIL, fui juiz da vara cível, apaziguando ânimos de maridos e mulheres exaltados, que após a raiva uniam-se novamente e voltavam-se contra NÓS;

Como GUARDA CIVIL, fui atropelado numa BLITZ, por um desses cidadãos QUE POR MEDO, AFUNDOU O PÉ NO ACELERADOR E PASSOU POR CIMA DE VÁRIOS COLEGAS;

Como GUARDA CIVIL, arrisquei-me a contrair vários tipos de doenças, ao banhar-me com o sangue de vítimas às quais não conhecia, mas que tinha OBRIGAÇÃO de TENTAR salvar;

Como GUARDA CIVIL, arrisquei contaminar toda a minha família com os mesmos tipos de doenças, pois ao chegar em casa, minha esposa era a primeira a me abraçar, nunca se importando com o cheiro acre de sangue alheio, nem com as manchas que tinha de lavar do uniforme;

Como GUARDA CIVIL, fui juiz de pequenas causas, quando EM MINHA FOLGA, alguns vizinhos me procuravam para resolver SEUS problemas;

Como GUARDA CIVIL, fui advogado, separando, na hora da prisão, os verdadeiros delinquentes dos “LARANJAS”, quando poderia tê-los posto no mesmo barco;

Como GUARDA CIVIL, fui o homem que quase perdeu a razão, ao flagrar um pai estuprando uma filha, ENQUANTO A MÃE O DEFENDIA;

Como GUARDA CIVIL, fui guardião de mortos por horas a fio, sob o sol, a chuva e a neblina, à espera do RABECÃO, que, já lotado, encontrava dificuldade para galgar uma duna mais alta, ou para penetrar numa mata mais densa;

Como GUARDA CIVIL, fiquei revoltado, ao necessitar de um leito para minha esposa PARIR, e ao chegar NO HOSPITAL, deparar-me com um traficante sendo operado por um médico particular;

Como GUARDA CIVIL, fui o cara que mudou TODOS os hábitos para sempre, andando em estado de alerta 25 horas/dia, sempre com um olho no peixe e outro no gato, confiando desconfiado.

Como GUARDA CIVIL, fui xingado, agredido, discriminado, vaiado, humilhado, espancado, rejeitado, incompreendido.

Na hora do bônus, ESQUECIDO;

Na hora do ônus, CONVOCADO.

Tive de tomar, em frações de segundo, decisões que os julgadores, no conforto de seus gabinetes, tiveram meses para analisar e julgar.

E mesmo hoje, calejado, ainda me deparo com coisas que me surpreendem, pois afinal AINDA sou humano.

Não queria passar pelo que passei, mas fui VOLUNTÁRIO, ninguém me laçou e me enfiou dentro de uma farda, né? Observando-se por essa ótica, é fácil ser dito por quem está “DE FORA”, que minha opinião NÃO IMPORTA, ou que simplesmente, não existe.

AMO O QUE FAÇO E O FAÇO PORQUE AMO. Tanto que insisto em levar essa vida,
E O FAREI, SEM RECLAMAR, NEM RECUAR.

Porque se o Senhor não guarda a cidade, em vão vigia a sentinela.

Por isso é que fazemos nossa parte:

VIGILANTIS SEMPER!

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